Há algumas exposições mundiais que me vão surgindo através das leituras e filmes, de momentos históricos ou de fascínio por parte dos autores.
O livro Empires of Light, sobre a batalha entre a corrente alternada e directa (que agora pode ser vista num filme muito bom, chamado “A Batalha das Correntes”) culmina num evento épico: a feira mundial de Chicago, que teve lugar em 1893 e celebrou o 400º aniversário da chegada de Colombo às Américas. Entre inúmeras exposições de diferentes países a celebrar os avanços da tecnologia, figurava a roda-gigante original (a Ferris Wheel) e a revolucionária tecnologia da luz eléctrica em larga escala. 100 mil lâmpadas incandescentes iluminavam os seus edifícios e acessos, numa prova da capacidade da corrente alternada e do progresso da técnica.
Depois, ao ler o livro de contos do Tom Hanks (“Papéis Diferentes – Algumas histórias”), onde o autor tece narrativas em redor das suas paixões (principalmente máquinas de escrever, mas também aviões, a América em que ele cresceu e a corrida ao espaço, entre outras coisas) ele dedica uma história a um sujeito rico que adora comprar bilhetes milionários para viajar no tempo e visitar a feira Mundial de 1939 em Nova Iorque.
É precisamente nesse lugar onde se dá a Exposição Mundial de 1964, onde abre a narrativa do filme de 2015 “Tomorrowland”, um filme de ficção científica baseado na zona homónima da Disneyland. E, por falar na Disney e em ficção científica, podia também mencionar a EPCOT (“Experimental Prototype Community of Tomorrow”), a cidade utópica do futuro que Walt Disney imaginou nos anos 60. A EPCOT Center abriria como um parque temático em 1982, no Walt Disney World na Florida, uma mistura entre o tema das Feiras Internacionais e um parque dedicado às tecnologias emergentes.
Não tenho a inocência de presumir que estas exposições e parques temáticos eram erigidos exclusivamente para fascinar e inspirar os visitantes relativamente ao mundo e ao progresso. Isto sempre foi um negócio, uma forma dos países se afirmarem, dos industriais venderem os seus produtos e as suas visões de futuro, e de comités internacionais e países estabelecerem a sua norma de sociedade idílica.
Por outro lado, também não consigo deixar de compreender o entusiasmo, o fascínio e o deslumbramento que um evento deste género proporciona, e tenho a certeza que não sou o único a sentir algo assim, pelo menos no que toca à Exposição Internacional de Lisboa de 1998. Eu tinha 9 anos, fui duas vezes, e adorei cada minuto da experiência.

Ocasionalmente dou por mim a fazer viagens no YouTube à procura de vídeos de todo o tipo sobre a Expo’98, e felizmente há bastantes — desde as peças televisivas aos vídeo-amadores. Também há muita documentação guardada e disponível. É uma autêntica onda de nostalgia quando vejo materiais novos sobre a exposição dedicada ao tema “Os oceanos – um património para o futuro”. Veja-se por exemplo o anúncio da Expo’98 com os povos do mundo (fantástico!) ou o incrível trabalho que implicou o tema da Expo’98: “Pangea” de Nuno Rebelo.
Está disponível no site Issuu um arquivo incrível do utilizador Bruno Albano com inúmeros documentos da Expo ’98 e não só. São catálogos, revistas, bilhetes, jornais, livros de arquitectura, mapas, a sinalética, e até o Relatório final da Exposição.
Com este manancial de informação, tive uma ideia para este blog. Lembrei-me de, de vez em quando, escrever textos dedicados a pavilhões desta Expo. Quão divertido será revisitar o Pavilhão do Futuro, 27 anos depois? Ou o Pavilhão da Realidade Virtual? O Pavilhão da Água, o do Conhecimento dos Mares, o de Portugal, o da Utopia? E finalmente — o mítico, o incomparável Pavilhão dos Oceanos, também conhecido como Oceanário!

Vai ser divertido. Vamos lá? São só 4 horas de fila. Passa num instante.
Obrigado por ler! Relembro que, para os utilizadores do Facebook, criei uma página para partilhar os textos deste blog.
